quarta-feira, 2 de março de 2011

O que é ser Vitoria

“Se houver uma camisa vermelha e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o rubro-negro torce contra o vento.
Ah, o que é ser Vitória? É uma doença? Doidivana paixão? Bênção dos céus? É a sorte grande?
O primeiro e único mandamento do rubro-negro é ser fiel e amar o Leão.
Daí, que a bandeira rubro-negra cheira a tudo neste mundo.
Cheira a mulher amada.
Cheira a lágrimas.
Cheira a grito de gol.
Cheira a dor.
Cheira a festa e a alegria.
Cheira até mesmo a perfume francês.
Só não cheira a naftalina, pois nunca conhece o fundo do baú, tremula ao vento.
A gente muda de tudo na vida. Muda de cidade. Muda de roupa. Muda de partido político. Muda de costumes. Até de amor a gente muda.
A gente só não muda de time, quando tem as iniciais ECV, do Esporte Clube Vitória, gravada no coração.
É um amor cego e tem a cegueira da paixão.
Já vi o rubro-negro agir diante do clube amado com o desespero e a fúria dos apaixonados.
Já vi rubro-negro rasgar a carteira de sócio do clube e jurar:
- Nunca mais torço pelo Leão!
Já vi rubro-negro falar assim, mas, logo em seguida, eu o vi catar os pedaços da carteira rasgada e colar, como os amantes fazer com o retrato da amada.
Que mistério tem o Vitória que, às vezes, parece que ele é gente?
Que a gente associa às pessoas da família (pai, mãe, irmão, tio, prima)?
Que a gente o confunde com a alegria que vem da mulher amada?
Que mistério tem o Vitória que a gente confunde com uma religião?
Que a gente sente vontade de rezar “Ave Vitória, cheio de graça?”
Que mistério tem o Vitória que, à simples presença de sua camisa vermelha e preta, um milagre se opera?
Que tudo se transfigura num mar vermelho e preto?
Ser vitória é um querer bem. É uma ideologia. Não me perguntem se eu sou de esquerda ou de direita. Acima de tudo, sou Vitória e, nesse amor, pertenço ao maior partido político que existe: o Partido do Esporte Clube Vitória, o PECV, onde cabem homens, mulheres, jovens, crianças.
Diante do Vitória todos são iguais: o bancário pode tanto quanto o banqueiro, o operário vale tanto quanto o industrial. Toda manhã, quando acordo, eu oro: obrigado, Senhor, por me ter dado a sorte de torcer pelo Vitória."